dezembro 15, 2025 20:09

Casos de HIV em idosos crescem 441% em uma década no Brasil

O crescimento de 441% nos casos de HIV em pessoas com idade acima de 60 anos tem ligado o sinal de alerta entre profissionais da saúde.

Os dados, equivalentes ao período de uma década, trazem à tona um conjunto de questões e possíveis causas, entretanto, para a Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia (SBGG), esse avanço pode ser atribuído, principalmente, a dois fatores: o preconceito que ainda existe na sociedade ao achar que esse público não possui vida sexual ativa e a carência de campanhas acerca desse assunto.

Embora pouco discutido, o tema é considerado tão relevante que, por meio da Lei nº 13.504/2017, foi instituído, no Brasil, a campanha Dezembro Vermelho com a finalidade de mobilizar a sociedade na luta contra o vírus HIV, a Aids e outras Infecções Sexualmente Transmissíveis (ISTs).

Segundo dados da SBGG, só entre 2011 e 2021 foram registrados 12.686 diagnósticos de HIV em pessoas com 60 anos ou mais. Os números revelam também 24.809 casos de AIDS e 14.773 mortes nessa mesma faixa-etária.

Conforme esclarecimentos da médica geriatra da SBGG, Alessandra Tieppo, há uma série de explicações técnicas que explica esse aumento de 441% no público idoso. “Na verdade, esse aumento do HIV na população idosa é multifatorial. Vai desde o próprio envelhecimento da população, o aumento do número de idosos, o hábito de vida desse paciente, como por exemplo, manter a atividade sexual por mais tempo, e, também, a detecção do HIV nessa população. Então, ele acaba sendo multifatorial.

Por isso que apresenta esse aumento. E, muitas vezes, esse diagnóstico está sendo feito na fase tardia, que acaba não sendo um caso novo, mas, um caso antigo que foi diagnosticado na fase tardia”, destacou.

A médica atribui o avanço desse doença, sobretudo, ao preconceito ainda existente na sociedade no que diz respeito à prática de sexo entre idosos.

“Existe o preconceito contra a vida sexual da pessoa idosa. Então, é desconsiderado essa triagem como rotina nas consultas médicas. E, muitas vezes, nas internações prolongadas não se tem cuidado de fazer essa triagem. O principal ponto aqui é, justamente, a ignorância ou a falta de diálogo. Considerar que a população idosa não tem uma vida sexual ativa ou que não tem comportamentos de riscos que podem levá-lo à infecção pelo HIV. É muito importante que a gente reflita sobre esses casos nessa população”, alertou a médica.

Fonte:A TARDE

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